segunda-feira, 16 de junho de 2014

Galeano, sempre Galeano...

"Assovia o vento dentro de mim. Estou despido. Dono de nada, dono de ninguém, nem mesmo dono de minhas certezas, sou minha cara contra o vento, a contravento, e sou o vento que bate em minha cara."

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Salve Carlos Drummond de Andrade!


Há 110 anos nascia o poeta Carlos Drummond de Andrade...


NÃO DEIXE O AMOR PASSAR



Quando encontrar alguém e esse alguém fizer seu coração parar de funcionar por alguns segundos, preste atenção: pode ser a pessoa mais importante da sua vida.

Se os olhares se cruzarem e, neste momento,houver o mesmo brilho intenso entre eles, fique alerta: pode ser a pessoa que você está esperando desde o dia em q
ue nasceu.

Se o toque dos lábios for intenso, se o beijo for apaixonante, e os olhos se encherem d’água neste momento, perceba: existe algo mágico entre vocês.

Se o primeiro e o último pensamento do seu dia for essa pessoa, se a vontade de ficar juntos chegar a apertar o coração, agradeça: Deus te mandou um presente: O Amor.

Por isso, preste atenção nos sinais - não deixe que as loucuras do dia-a-dia o deixem cego para a melhor coisa da vida: O AMOR.

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

De volta ao começo

Bom dia!
Estamos de volta, após um momento de autoconhecimento e reencontro com o próprio eu. Estranha essa sensação de sentir saudades de si mesmo...
Para dar início a esta "nova fase" de confissões, confidências, reminiscências e  reincidências, trazemos Gabriel Garcia Marquez e o seu inesquecível e irretocável "O amor nos tempos do cólera".


“Já tinha então a impressão de conhecê-lo
como se tivesse vivido com ele toda a vida,
e acreditava que ele era capaz de mandar o navio voltar ao porto
se isso pudesse curar sua dor.”

"Depois de 54 anos, sete meses, onze dias e noites, meu coração finalmente se realizou. E eu descobri, para a minha alegria, que é a vida e não a morte, que não tem limites."

Gabriel Garcia Marquez, in O amor nos tempos do cólera

domingo, 9 de setembro de 2012

Apenas um registro

Entre minhas preferidas, não posso deixar de guardar aqui, na minha pequena caixinha de sonhos, essa do Neruda.


A DANÇA

Não te amo como se fosse rosa de sal, topázio

ou flecha de cravos que propagam o fogo:

te amo como se amam certas coisas obscuras,
secretamente, entre a sombra e a alma.


Te amo como a planta que não floresce e leva

dentro de si, oculta, a luz daquelas flores,

e graças a teu amor vive escuro em meu corpo

o apertado aroma que ascendeu da terra.


Te amo sem saber como, nem quando, nem onde,

te amo diretamente sem problemas nem orgulho:

assim te amo porque não sei amar de outra maneira,


Se não assim deste modo em que não sou nem és

tão perto que a tua mão sobre meu peito é minha

tão perto que se fecham teus olhos com meu sonho.



(Pablo Neruda, do Livro Cem Sonetos de Amor)



sábado, 18 de fevereiro de 2012

Mas chegou o Carnaval...

Soneto de Carnaval


Distante o meu amor, se me afigura
O amor como um patético tormento
Pensar nele é morrer de desventura
Não pensar é matar meu pensamento.
Seu mais doce desejo se amargura
Todo o instante perdido é um sofrimento
Cada beijo lembrado uma tortura
Um ciúme do próprio ciumento.

E vivemos partindo, ela de mim
E eu dela, enquanto breves vão-se os anos
Para a grande partida que há no fim

De toda a vida e todo o amor humanos:
Mas tranquila ela sabe, e eu sei tranquilo
Que se um fica o outro parte a redimí-lo.

Vinicius de Moraes

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

A magia de Neruda!

Por que tão breve é o amor, e tão longo é o esquecimento?...

“Posso escrever os versos mais tristes esta noite.
Escrever, por exemplo: ‘A noite está estrelada,
e tiritam, azuis, os astros lá ao longe’.
O vento da noite gira no céu e canta.


Posso escrever os versos mais tristes esta noite.
Eu amei-a e por vezes ela também me amou.
Em noites como esta tive-a em meus braços.
Beijei-a tantas vezes sob o céu infinito.


Ela amou-me, por vezes eu também a amava.
Como não ter amado os seus grandes olhos fixos.
Posso escrever os versos mais tristes esta noite.
Pensar que não a tenho. Sentir que já a perdi.


Ouvir a noite imensa, mais imensa sem ela.
E o verso cai na alma como no pasto o orvalho.
Importa lá que o meu amor não pudesse guardá-la.
A noite está estrelada e ela não está comigo.


Isso é tudo. Ao longe alguém canta. Ao longe.
A minha alma não se contenta com havê-la perdido.

Como para chegá-la a mim o meu olhar procura-a.
O meu coração procura-a, ela não está comigo.

A mesma noite que faz branquejar as mesmas árvores.

Nós dois, os de então, já não somos os mesmos.
Já não a amo, é verdade, mas tanto que a amei.
Esta voz buscava o vento para tocar-lhe o ouvido.

De outro. Será de outro. Como antes dos meus beijos.

A voz, o corpo claro. Os seus olhos infinitos.
Já não a amo, é verdade, mas talvez a ame ainda.
É tão curto o amor, tão longo o esquecimento.

Porque em noites como esta tive-a em meus braços,

a minha alma não se contenta por havê-la perdido.
Embora seja a última dor que ela me causa,
e estes sejam os últimos versos que lhe escrevo.”

Pablo Neruda



segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Leminski

Hoje a noite não tem luar.... Será que ela foi ao cinema?

A lua no cinema


A lua foi ao cinema,
passava um filme engraçado,
   a história de uma estrela
que não tinha namorado.

   Não tinha porque era apenas
uma estrela bem pequena,
   dessas que, quando apagam,
ninguém vai dizer, que pena!

   Era uma estrela sozinha,
ninguém olhava pra ela,
   e toda a luz que ela tinha
cabia numa janela.

   A lua ficou tão triste
com aquela história de amor,
   que até hoje a lua insiste:
- Amanheça, por favor!

(Paulo Leminski)