Vladimir Maiakóvski. Lírico, crítico, épico e satírico ao mesmo tempo. Sem dúvida, o maior poeta russo do século XX!
Despertar é preciso
Na primeira noite eles aproximam-se
e colhem uma flor do nosso jardim
e não dizemos nada.
Na segunda noite, já não se escondem;
pisam as flores, matam o nosso cão,
e não dizemos nada.
Até que um dia o mais frágil deles
entra sozinho em nossa casa, rouba-nos a lua
e, conhecendo o nosso medo,
arranca-nos a voz da garganta.
E porque não dissemos nada,
Já não podemos dizer nada.
E então, o que quereis?
Fiz ranger as folhas de jornal
abrindo-lhes as pálpebras piscantes.
E logo, de cada fronteira distante
subiu um cheiro de pólvora
perseguindo-me até em casa.
Nestes últimos vinte anos
nada de novo há
no rugir das tempestades.
abrindo-lhes as pálpebras piscantes.
E logo, de cada fronteira distante
subiu um cheiro de pólvora
perseguindo-me até em casa.
Nestes últimos vinte anos
nada de novo há
no rugir das tempestades.
Não estamos alegres, é certo,
mas também por que razão
haveríamos de ficar tristes?
O mar da história é agitado.
As ameaças e as guerras
havemos de atravessá-las,
rompê-las ao meio, cortando-as
como uma quilha corta as ondas.
mas também por que razão
haveríamos de ficar tristes?
O mar da história é agitado.
As ameaças e as guerras
havemos de atravessá-las,
rompê-las ao meio, cortando-as
como uma quilha corta as ondas.
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