Minha homenagem de hoje vai para Nelson Cavaquinho.
Compositor brilhante, de sensibilidade irretocável, Nelson Cavaquinho, nome artístico de Nelson Antônio da Silva, (Rio de Janeiro, 29 de outubro de 1911 — Rio de Janeiro, 17 de fevereiro de 1986) completaria, em 2011, 100 anos.
Sambista carioca, compositor e cavaquinista na juventude, na maturidade optou pelo violão, desenvolvendo um estilo inimitável de tocá-lo, utilizando apenas dois dedos da mão direita.
Autor de Luz Negra e de A Flor e o Espinho, algumas vezes chamado de "o trovador dos aflitos", a morte e a "dor de cotovelo" sempre foram temas predominantes em sua poesia "mal-do-século".
(Certa vez, não permitiu que o relógio da sua casa passasse das duas horas da madrugada, porque sonhara que morreria naquela noite, às três horas da manhã.)
Nelson sempre conviveu com a fatalidade e, por isso, sua poesia é marcada pela melancolia. Compunha com intensa paixão para os solitários dos bares, para as mulheres sem alma, para os errantes e plebeus da noite.
Certamente, esse grande poeta chamado saudade, mesmo depois da vida e mesmo depois que o tempo passar, será sempre lembrado e homenageado...Fontes: http://veja.abril.com.br/blog/passarela e Wikipédia
Luz Negra
Sempre só,
Eu vivo procurando alguém
Que sofra como eu também
E não consigo achar ninguém
Eu vivo procurando alguém
Que sofra como eu também
E não consigo achar ninguém
Sempre só
E a vida vai seguindo assim
Não tenho quem tem dó de mim
Estou chegando ao fim
E a vida vai seguindo assim
Não tenho quem tem dó de mim
Estou chegando ao fim
A luz negra de um destino cruel
Ilumina o teatro sem cor
Onde estou representando o papel
De palhaço do amor
Ilumina o teatro sem cor
Onde estou representando o papel
De palhaço do amor
Depois da Vida
Passei a mocidade esperando dar-te um beijo
Sei que agora é tarde, mas matei o meu desejo
É pena que os lábios gelados como os teus
Não sintam o calor que eu conservei nos lábios meus
Sei que agora é tarde, mas matei o meu desejo
É pena que os lábios gelados como os teus
Não sintam o calor que eu conservei nos lábios meus
No teu funeral estás tão fria assim
Ai de mim, e dos beijos meus
Eu te esperei, minha querida
Mas só te beijei depois da vida
Ai de mim, e dos beijos meus
Eu te esperei, minha querida
Mas só te beijei depois da vida
Quando eu me chamar Saudade
Sei que amanhã
Quando eu morrer
Os meus amigos vão dizer
Que eu tinha um bom coração
Alguns até hão de chorar
E querer me homenagear
Fazendo de ouro um violão
Mas depois que o tempo passar
Sei que ninguém vai se lembrar
Que eu fui embora
Por isso é que eu penso assim
Se alguém quiser fazer por mim
Que faça agora.
Me dê as flores em vida
O carinho, a mão amiga,
Para aliviar meus ais.
Depois que eu me chamar saudade
Não preciso de vaidade
Quero preces e nada mais.
Quando eu morrer
Os meus amigos vão dizer
Que eu tinha um bom coração
Alguns até hão de chorar
E querer me homenagear
Fazendo de ouro um violão
Mas depois que o tempo passar
Sei que ninguém vai se lembrar
Que eu fui embora
Por isso é que eu penso assim
Se alguém quiser fazer por mim
Que faça agora.
Me dê as flores em vida
O carinho, a mão amiga,
Para aliviar meus ais.
Depois que eu me chamar saudade
Não preciso de vaidade
Quero preces e nada mais.
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