sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Sejamos como os gatos!

Esta seção é uma homenagem aos nossos amigos felinos.
Aqui vai um trecho do poema do querido Pablo Neruda, seguido por uma canção do Lô Borges, ambos sobre gatos.
As fotos me foram gentilmente cedidas pelo amigo e fotógrafo Wellington Cordeiro.
Aprendamos a ser como os gatos!



Ode ao gato
(Pablo Neruda)

Os animais foram
imperfeitos,
compridos de rabo, tristes
de cabeça.
Pouco a pouco se foram
compondo,
fazendo-se paisagem,
adquirindo pintas, graça, vôo.
O gato,
só o gato
apareceu completo
e orgulhoso:
nasceu completamente terminado,
anda sozinho e sabe o que quer.
O homem quer ser peixe e pássaro
a serpente quisera ter asas,
o cachorro é um leão desorientado,
o engenheiro quer ser poeta,
a mosca estuda para andorinha,
o poeta trata de imitar a mosca,
mas o gato
quer ser só gato
(...)


Como o Machado
 (Lô Borges)
 
Por que ando triste eu sei
É que eu vivo na rua
Espero algo mais deste frio
Espero um pouco mais e aprendi
A ser como o machado,
Que despreza o perfume do sândalo
A verdade é negra, eu sei
E o homem é mau
Espero algo mais desse ódio
Espero um pouco mais e aprendi
A ser como o meu gato,
Que descansa com os olhos abertos

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