terça-feira, 24 de janeiro de 2012

De volta!

Estou de volta!
Depois de uma longa fase de reclusão, eis que a poesia me toca a alma e faz-me retornar ao blog.
O poema dessa noite foi escolhido por traduzir um estado de minha alma.
Sou multidão ou solidão, sou euforia ou melancolia, sou alegria ou reclusão, sou todos ou ninguém, sou racional ou delirante... Sou tudo isso junto, o que importa é saber que simplesmente SOU!
Com vocês, Ferreira Gullar!


TRADUZIR-SE

Uma parte de mim
é todo mundo:
outra parte é ninguém:
fundo sem fundo.

uma parte de mim
é multidão:
outra parte estranheza
e solidão.

Uma parte de mim
pesa, pondera:
outra parte
delira.

Uma parte de mim
é permanente:
outra parte
se sabe de repente.

Uma parte de mim
é só vertigem:
outra parte,
linguagem.

Traduzir-se uma parte
na outra parte
- que é uma questão
de vida ou morte -
será arte?

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